Por: CAMILO ROCHA e DANIEL CARMONA.
DJ residente da Club Lotus, uma das principais casas noturnas de Cuiabá (MT), Elton Cotrin teve o laptop, a pasta de CDs e hardware da marca Serato apreendidas por agentes da Polícia Federal enquanto discotecava sob acusação de estar usando material pirata.
A polícia mandou parar o som e acender as luzes. Em seguida, o DJ foi levado de camburão para a delegacia. O fato aconteceu por volta da 1h do último sábado (17).
É a primeira vez no Brasil que se tem notícia deste tipo de ocorrência. Já em países europeus como Itália e Portugal, há vários registros de ações semelhantes da polícia.
Os agentes federais teriam ido ao local para averiguar as condições da segurança, mas aproveitaram a ocasião e abordaram o DJ, recolhendo o material por supostas irregularidades. Também foram para a delegacia o dono do clube, seguranças e um funcionário do caixa, todos de camburão, cena presenciada por centenas de pessoas que se aglomeravam na porta da Lotus.
Segundo justificou o delegado Erick Blatt ao site Olhar Direto, "se você baixa uma música na internet sem o pagamento de direitos autorais para o autor você sabe que está infringindo a lei, além disso a música estava sendo tocada na boate para fins comerciais o que caracteriza o uso indevido de propriedade intelectual".
Karina Nogueira, promoter do Club Lotus, disse que os agentes não fizeram nenhuma verificação para saber se o material do DJ estava de acordo com a lei. "Eles apreenderam tudo e acabaram com a festa".
Procurado pela reportagem, o delegado Erick Blatt disse que o material de Elton Cotrin não foi apreendido, mas sim retirado do local e encaminhado para a sede da PF junto com seu proprietário.
Em entrevista ao Virgula, o DJ contou que ouviu na delegacia que "se for para falar que você baixa música ilegalmente, a gente vai ser obrigado a apreender todo material, fazer perícia, porque é pirataria."
Cotrin garantiu ao delegado, e confirmou na entrevista, que todo o seu material de trabalho está dentro da lei. "Compro minhas músicas em lojas virtuais como Beatport e também têm várias faixas que são produções de minha autoria", disse.
Segundo disse ainda, o delegado nem esperou que terminasse sua explicação e o dispensou porque "o problema não é com você e sim com a casa noturna". O DJ foi liberado, mas seu material ficou retido até o dia seguinte.
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